O que é preciso pra fazer um show de metal pesado?
Um martelo.
Uma bigorna.
E um machado.
Casa de ferreiro…
o espeto é de pau.
E o acaso vai me deixar destruído?
O sucesso…
se mede pela força que o prego é batido?
Ou pela alma que se espatifa no golpe?
O ódio caminha de mãos dadas com o amor —
até que um dos dois caia.
Ou até que os dois nos vençam.
Simulando simulacros…
até o dia do juízo final.
Não tenho mestres.
Não tenho senhores.
Não tenho juízo.
Meu fim?
Ainda não chegou.
Mas bate na porta todos os dias.
Bate.
Bate.
E eu grito:
Me deixa!
Ainda não me decidi!
Os dias não são meus.
Nem seus.
Nossos dias estão em guerra.
Nada é nosso.
Tudo é sob demanda.
Meu corpo não é meu.
Meu sexo não é meu.
Minhas palavras… não são minhas.
As linhas só existem quando cruzam.
Seccionado.
Dos pés à cabeça.
Do que é feito o samba?
De sangue.
De suor.
E de lágrimas.
Tô cansado de sambar.
Aspas são grilhões.
Não vou colocar aspas em absolutamente nada.
O que eu digo…
não precisa fazer sentido.
Falo.
Ninguém escuta.
Mas o copo transbordado não absorve cicuta.
Preso.
Vilipendiado.
E grato.
Obrigado.
