Acordou subitamente num estalar de dedos com os olhos escancarados.
Teve um sonho peculiar. Assustador.
Sonhara que estava amarrada pela língua numa figueira enquanto um metade cachorro metade homem mordia-lhe o calcanhar.
Agonizava.
Ao lado dela, outra meia duzia de pequenas e suspeitas declarações.
Outros que também pela língua, amarrados, esperavam sua hora da mordida.
Rondava o animal.
Cheirava.
Acordada do susto, teve então a certeza: Amar é um dos poucos e dolorosos infernos.
