Por horas, nada conteve o fogo
Por séculos, nada deteve os golpes
O descaso presente carboniza o passado
E sua fumaça asfixia o futuro
Ardem as paredes que viram assinada nossa frágil independência
Se ela nunca existiu,
Agora não cabe nem no discurso
Colonias não têm acervo de ciência e arte nacional
Aqueles objetos destoavam do nosso destino manifesto
Os homens do governo, sempre dispostos a cortar gastos públicos
para aumentar os seus privados
Podem se lamentar nos grandes jornais
Que lhes deram e lhes mantem no poder,
Porém sorriem satisfeitos em suas casas
Queima o museu e a Amazônia
A pesquisa e o projeto
O pesquisador e sua bolsa
O Professor e o estudante
Queima a favela e a aldeia
Mas eles continuam intactos